Tenho tantas saudades tuas. Não estou a falar contigo D, estou a falar com o meu melhor amigo. Lembras-te dele? Lembras-te de como ele nunca me deixava sozinha, de como me apoiava em tudo, como gostava de mim e se preocupava comigo? Lembras-te de como ele me protegia, de tudo e de todos? E das promessas que me fez... tenho saudades dele. Tenho saudades de saber que se estivesse mal bastava falar com ele para ficar com um sorriso na cara, saudades dos abraços dele, de quando ele me chamava xuxu. Tenho saudades dos tempos em que tinha alguém do meu lado que me conhecia melhor que eu própria. Aquele rapaz que mesmo sem eu dizer alguma coisa sabia como estava e do que precisava. Sabes onde é que ele está? Eu perdi-o na vida. Sabes... fui ambiciosa de mais. Gostava tanto dele que quis amarra-lo para sempre como meu namorado e afinal... afinal o feitiço virou-se contra o feiticeiro e eu perdi-o. Na vida, no tempo e até no coração. E tenho saudades. Muitas. Peço todos os dias a Deus que me traga de volta a minha alma gêmea, mas acho que nem ele sabe onde ela se enfiou. A vida é mesmo assim, feita de caminhos obscuros que se chamam escolhas. Ele escolheu fugir-me e deve ter as suas razões. E não o julgo... apenas tenho saudades. É engraçado como lhe disse isto tantas vezes, e acredita, só agora o estou a sentir mesmo. Pior que saudades de quem está longe a acompanhar-me na vida são as saudades de quem eu amava e perdi. Como esse rapaz de Coimbra, que era o meu melhor amigo além e acima de tudo. Aquele rapaz por quem eu sempre fiz o que podia e nunca neguei uma gota de amizade. Esse rapaz de nome igual ao teu, aspecto igual ao teu, que morava no mesmo sítio e fazia as mesmas coisas que tu, mas que se perdeu algures no tempo. Eu não o encontro. Se o encontrares diz-lhe que a serranita preferida dele tem saudades... está bem? Se não encontrares, simplesmente ignora este desabafo de uma noite solitária.
mensagem escrita a 20 de maio , enviada.