quarta-feira, 16 de maio de 2012

Está aberta a terceira guerra mundial


Como pode o homem amar com armas na mão?, diz o grande Boss AC. E eu pus-me a pensar no quão misteriosa é a língua portuguesa. Reparem bem: a palavra arma é como um erro no verbo amar. Troca-se o r de lugar e tudo muda. Do ideal passamos ao desprezível. E é horrível pensar que isto não acontece só com as palavras... mas que acontece na vida real. Sim, na vida real. As palavras fazem parte de uma vida à parte. E na sociedade, cada vez mais assistimos ao Homem a largar o coração e colocar uma arma guardada entre o cinto das calças, escondida. É que as aparências enganam e ninguém gosta de parecer lobo mau. Então todos encobrem as armas e apenas mostram o verbo amar. Quando ninguém vê vão lá trocar o r de lugar e pimba catrapumba: guerra declarada. Pior que isso é que as armas não são só aquelas coisas pretas qual toda a gente chama de pistola e então não é preciso uma licença de uso e porte de arma para conseguirmos magoar as pessoas. Existem armas bem piores. Que matam por dentro e esfolam por fora. Pior que morrer é morrer aos bocados. É sentirmos o coração cansar-se e a alma despedaçar-se de dia para dia por culpa de alguém que amamos, ou de alguém que não amamos mas que nunca desejamos mal algum. E ao mesmo tempo que nós morremos parece que eles se fortalecem. É como se o Homem se alimentasse do Homem, da felicidade dele, da vida dele... do amor dele. É como se todos os valores se perdessem e entrássemos na terceira guerra mundial. Qual é o motivo? O egoismo. E há sempre pessoas, como eu, que no meio disto se sentem perdidas e ficam no meio do campo de batalha, com esperança que os cavalos desobedeçam, que os soldados percam a força ou que as espadas se partam a caminho... para podermos sair ilesos. Não de alma, mas de corpo. Porque a alma... essa já há muito foi afectada pelas flechas lançadas à deriva.

20 comentários:

  1. Que lindo fico feliz por uma parte de ser também uma das pessoas que ficam no meio do campo de batalha com a mesma esperança. E fico triste em saber que essa guerra existe.

    http://alguemparaconversa.blogspot.com.br/

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  2. Acho que não podia concordar mais contigo. Num mundo feito ao mais pequeno pormenor e com tudo para dar certo, como pode o Homem chegar e mudá-lo? É uma realidade triste e preocupante...

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  3. minha querida... já tenho saudades de falar contigo. como andas?

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  4. Disseste tudo, agora. Mas mesmo tudo. O Homem é o ser mais egoísta à face da terra. Para ser feliz até pode passar por cima de tudo e todos que não se arrepende. Quer sempre tudo e à medida que o desejo aumenta, a rivalidade também aumenta.

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  5. Adorei o texto, tens tanta razão... E como H. G. Wells disse: "if we don't end war, war will end us." *

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  6. Perfeito! Concordo plenamente.
    Gostei do blog. Vou seguir :)

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  7. eu por acaso ando bem querida, mas passasse alguma coisa?

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  8. de nada linda! já agora, adoro a música de fundo. podes dizer-me o nome?

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  9. tem de ser assim: distribuir amor como quem distribui chocolates pelas crianças :)

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  10. De nada fofa, só disse o que acho :)
    Obrigada eu!

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  11. minha linda, que saudades! andei ausente :/
    como estás?

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  12. Acho que o sonho de qualquer um deve-se encher dessas irrealidades e desejos todos, não nos podemos contentar com muitas das rígidas realidades! Fico feliz por teres gostado. Obrigada, querida :) **

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  13. li o texto e não podia deixar de comentar. concordo com tudo o que disseste! eu tenho dito, e bem, que o ser humano é o ser mais fútil que existe, o ser mais desumano, o ser mais insensível. e sem dúvida que com "porque a alma... essa já há muito foi afectada pelas flechas lançadas à deriva" dizes tudo a que se resume a nossa sociedade de hoje. e acredita, a terceira guerra mundial não será guerra para defender os interesses de cada país, nem de cultura, nem de partidos. será guerra de mentalidades, provada pela falsidade de cada um. e é triste, sim. mas é o mundo em que vivemos. e só temos que o aceitar, ou ajudar, nas pequenas coisas (que há sempre solução, por muito pequeno que seja o gesto.)
    estou a seguir-te*

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