sexta-feira, 25 de maio de 2012

Só porque há abraços que valem mais que 1001 palavras


Quando alguém nos abraça e levantamos os braços para os enrolarmos em torno do outro, estamos a dar, sem receios nem pudores, aquilo que de mais puro temos em nós: os nossos sentimentos" disse-me há uns tempos atrás a Catarina Martins. Até então nunca tinha reflectido muito nisto, mas acho que é tão verdade que hoje deu-me para escrever sobre isso. É incrível como desde o dia em que li essa frase sei sempre quando vou levantar os braços para abraçar alguém e quando o faço é a melhor sensação do mundo. É como se naquele momento acabássemos de entregar o coração à pessoa que nos segura a alma e deixamos que ela cuide dele por uns segundos ou minutos. E deixaram de ser agradáveis os abraços em que os braços se estacam e não há força para os levantar. Não é que não sejam sinceros, mas sei lá, são diferentes. Eu defendo que um abraço quando é dado deve ser dado por inteiro, sem restrições. Damo-nos todos, com corpo, coração, alma e cabeça. Não deve haver nada que nos puxe para o lado contrário. É nos abraços que nos libertamos do peso do nosso coração, e nos encarregamos do coração do outro, mesmo sem notarmos. Quando abraçamos alguém, de verdade, é como se isso se tornasse numa conversa de corações. Eles falam e nós permanecemos ali naquele estado de graça em que mais nada importa... e até dá gosto sorrir, ou chorar, o que seja. Há a certeza de que é sincero, porque os sentimentos são assim, transparentes. Nós é que os encobrimos e misturamos, mesmo sem darmos conta. Num abraço não há disso, num abraço o que há, está ali, ao dispôr do outro. Às vezes tenho saudades de abraços assim, abraços de verdade. Abraços que carregam às costas o verdadeiro valor desta maravilhosa palavra.

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